sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Maltrapilho de uma mulher



Maltrapilho de uma mulher


Hastearam a bandeira a meio pau
Creio que dessa vez foi real
Um minuto de silêncio
“ antes do outro comercial “
Preso acuado temendo as grades abertas
Se escondendo do sol e da lua
Assinando cegamente a confissão
Andarilho com medo da rua

Canibais literais ...
Crimes seriais....

Hipotecando seu lugar no paraíso
Bandidos, a espera do juízo
Vendidos, cegados no capitalismo
Corações cercados de cinismo

Hastearam a cara de pau
Creio que foi combinado
Um minuto pra execução
Antes de ser mutilado
Preso, culpado e capado
Se escondendo da chuva e do mar
Assinando um nome qualquer
Maltrapilho de uma mulher


“ antes do outro comercial “
 Parte Incidental do trecho de ‘Sunshine’ de  Arnaldo Baptista

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Essa maldita história de amor



Essa maldita história de amor


E essa chuva  que não cai !
Será o céu testando minha paciência ?
E esse corpo que não desiste !
Será que aguento outra caretice ?

As cicatrizes não sumirão
Amor e ódio em mutação
Felizes ou não
Andando na contramão

E essa musica que não termina
Não sei para-la, você me ensina ?
E esse copo que me embriaga
Traga a garrafa pra minha draga

E essa sina que me persegue
É sacanagem como consegue ?
Esse passado que você apagou
Essa maldita historia de amor



Olhos de Cachaça



Olhos de Cachaça


Obrigado,  mas não quero mais uma ilusão
Deixa quieto, prefiro escolher o título da canção
‘xa comigo, já me acostumei com sua indecisão
Deixa estar, não preciso ouvir de você novamente : Não

Indescritível loucura incurável
Estado gravíssimo estável
Estágio terminal avançado
Estrago de câncer escarro

Não se preocupe, já estou até acostumado
Quantas vezes já fui  ridicularizado
Que ironia rir da própria desgraça
Wiskie com olhos de cachaça

Sem palavras , uma nudez onanista
Prefiro assim à ser masoquista
Carrasca nazista, não quero que insista
Me deixe ser realista, chispa




quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Clínica


Clínica

Pareço imerso em ácido sulfúrico
Dopado de morfina genérica
As lágrimas saem como lâminas
As mesmas que marcaram os meus pulsos
Estranha sensação lunática
Envernizado no inferno

Clínica
Cínica

Pareço nadar numa piscina de lepra
Mergulhando num sono surreal
A dose me parece letal
As mesmas que achava legal

Eterna sensação enigmática

enfernizado e só








Ah Deus

Ah Deus


É começo de mais uma noite longa
As estrelas me guiam para meu destino certo
Do bolso tiro um giz para fumar
Os escritos do papel podem ficar para depois
Parece uma noite qualquer
Ninguém perceberia nada de mais
O olhar já estava distante há muito tempo
Os passos estavam simétricos
Conhecia bem o caminho
Chego, jogo o cigarro no chão, nem penso
É o começo de uma nova noite
Não vejo as estrelas , flutuo sem direção
Numa escuridão assustadora
Me esqueci de deixar os escritos
Sabe o qu..............................