terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Quotidien



Quotidien

Tudo está vazio
Engradados criando dengue
Tudo está tão frio
Esfarrapado suando febre
Passado  presente e ausente
Jogado indigente e descrente
Indiscreto cara de pau !
jour après jour
déchirer à la déchirure
sensationnel

Uno



                 Uno

A cama está fria
Um copo sujo de Cidra
O ronco quebrando o silêncio
Um despertador que não sabe gritar
Na pia uma escova de dente
Toalha de rosto sem batom
Um pão dormido empedrado
 comido por formigas famintas
um copo de Coca sem gás
de novo uma escova de dente
de novo a cama tão fria
vazia esperando o cadáver anfitrião
a porta rangendo no silêncio
seguido por passos cansados
voltando em noturno
pra repetir seu consumo vital e diário




sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Dançando outros Carnavais



Dançando outros Carnavais

Mais um gole do primeiro trago
Já estou até acostumado
Um drink antes do Seis
Pra soltar o grito engasgado

Te ensinando sobre a química da destilação
A química do amor, a química da fecundação

Mais um gole para a vida toda
Já estou até conformado
Um drink antes das seis ( da manha )
Juntando a pele feito um imã

Te ensinando sobre a química da mutação
A química da dor, a química de uma canção

Dançando outros carnavais
Outra numeração, outros decimais
Trocando o nylon pelo aço
Trocando amor, um ode ao palhaço

Esquecendo da atriz em sua melhor encenação
E um religioso fanático pedindo perdão

Alpha



          Alpha

Você de novo em minha frente
Você de novo, estava linda, tão presente
Fazia gestos do passado
E aos poucos foi sumindo
Já estou ficando cansado
As mesmas musicas de amor
O mesmo beijo, o mesmo encanto
A mesma dor...
E a saudade que nunca desistiu
Talvez prossiga fielmente tão febril

Eu quero ficar cego pra olhar dentro dos teus olhos
Quero ficar surdo pra ouvir a sua voz
Quero ficar mudo pra não dizer tantas bobagens

Você de novo indo embora
Você de novo, insensível  e inglória
Deixando um beijo e um recado
E aos poucos foi sumindo,
Estou acordado
As mesmas juras de amor
O mesmo tiro, o mesmo sonho
A mesma flor...
E a saudade que me assombra
Talvez um dia se esconda
E traga a luz da vida de volta
Pra ficar

Porque eu fecho os olhos e te vejo
Porque eu não ouvi você e acabei com tudo
Porque falei demais mentiras  sem futuro
Porque te amei de verdade, oh minha amada eu te juro

Singular



             Singular

Não  ! por que essa palavra é tão singular ?
Você continua a mesma e eu na mesma mesa de bar
Quantas pessoas você ainda vai deixar morrer ?
Quantas pessoas eu ainda vou matar ?
Por você ...

Hoje é tudo diferente ao mesmo tempo igual
Ontem era nada quente, nada parecia real
Quanto tempo falta para o mundo acabar ?
Quanto tempo chegarei até o fundo do mar ?
Sem você...

Sim ! você sempre teve a razão
Você continua linda e eu aquele velho cuzão
Quantas perguntas ainda vou indagar ?
Quantas respostas vão me fazer chorar ?
Com você...

Amanha quem sabe podemos nos encontrar
Você fica na sua, relaxa e deixa rolar
Quantas vidas teremos que esperar ?
Quantas dividas temos que acertar
E morrer...