terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O caminho de casa - Raul Ribeiro

O CAMINHO DE CASA

Tenho que parar de chorar por tantas bobagens
Andar a pé , desnudar a alma
Tenho que parar de reclamar da estiagem
Voar até, mudar a calma

Novas viagens, velhas canções
Mil pensamentos, tantas visões
Retroceder, mudar e  reviver
Qualquer bobagem minha : Ser ou não ser?

O tempo é cruel com quem  atrasa
Mudança não é só radical
O momento que o acaso te passa
Cobrança para o final

Tenho que aprender a andar na contramão
Quem sabe assim descubro o caminho de casa
Atitude não é feito de palavras em vão
Me sinto mais leve soltando minhas taras

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

365 - 28 de janeiro de 2012





 Estive dia 28 de janeiro em São Paulo no Sesc Belenzinho para prestigiar uma das bandas precursoras do Rock Combate, um dos primeiros grupos de Punk do país o 365.
  Conheci o som do 365 mais ou menos em 1991 na casa de um colega de escola que tinha o vinil ‘ Não São Paulo 2’, uma coletania gravada pela Baratos Afins que contava com várias bandas independentes paulistanas como o 365, Vultos, Nau e Gueto.
E a banda que me identifiquei foi o 365 com ‘ 31 de março’ e ‘ Grandola Vila Morena’ versão do clássico português de José Afonso que ficou marcado em Portugal na Revolução dos Cravos.
Achei o som com muita energia , as letras bem profundas, apesar de não entender direito a voz do vocalista Finho na música ‘31 de Março’ por causa da gravação e isso eu achava ainda mais legal, como o disco não tinha encarte com as letras só fui descobrir ela corretamente no segundo disco da banda em ‘ Cenas de um novo país’ disco que sucedeu o primeiro de 87, que além de ‘ Vila Morena’, contava ainda com o maior sucesso da banda ‘ São Paulo’ , musica que marcou época e virou hino de uma geração.
A banda era formada por Ari Baltazar nas guitarras, Finho nos vocais, Miro de Mello na bateria e Rinaldo ( Mingau atualmente no Ultraje a Rigor) no baixo, depois com sua saída entrou no baixo o ex Inocentes Callegari.
Em 97 gravaram um projeto intitulado Non Ducor Duco" Projeto M.M.D.C. (1997M.M.D.C o disco Non Ducor Duco.
Depois passou por varias formações até 2005 quando lançaram ‘Do outro Lado do Rio’.
Hoje o 365 conta com :
Finho nos vocais, Ari Baltazar na guitarra, Miro de Mello na bateria e Luiz Cecílio no baixo.]
O show que comento a seguir é uma comemoração dos 25 anos de lançamento do primeiro disco da banda e conta com a participação de Mingau , Fabio Golfetti ( Violeta de Outono) e Mau( Garotos Podres ).
Num sábado à tarde chego ao Sesc e vou para bilheteria comprar os ingressos, estavam comigo meus amigos Juninho Leão, Jhol e João Rodrigues que nos sederia pouso para depois do show em sua casa.
Devidamente com os ingressos na mão, dou uma ligada para o Finho que acabara de passar o som com a banda, ele me pergunta como fomos de  viagem e que após o show conversaríamos melhor, paramos numa banquinha que estava vendendo produtos da banda ( Cds, livro do Finho,  botons e camisetas) quem nos vendeu foi a Júlia Vianna namorada do Luiz Cecílio, comprei um boton e o cd ‘ Do outro lado do Rio’ que não tinha e entramos no salão para comprar umas cervejas e pegar lugar.
Saí para fumar um cigarro e quando entrei cruzei com o Mingau que foi muito atencioso, tiramos umas fotos e ele foi pro camarim.
A banda entro no palco afiadíssima com a música nova ‘ O tempo’ depois Finho agradeceu os presentes contou uma breve historia da banda e de sua jaqueta de couro que veste a mais de 25 anos e anunciou que tocariam os dois primeiro discos na integra.
E assim foi com ‘ Way of life’, ‘ Nunca mais’, ‘futuro’, ’São Paulo’ , todas cantadas em coro pela platéia.
A banda está afinadíssima e mostrou um entrosamento muito bom.
Num momento do show Finho agradeceu o publico e citou as várias pessoas que ele só conhecia no Facebook:
- Estou vendo varias pessoas do facebook aqui, quanta mulher bonita e quantos caras feios.
Daí eu gritei:
- Eu sou bonito!!!!
- É você é bonito! Respondeu ironicamente. Rsssss
Mau dos Garotos podre tocou ‘ Jonnhy’, Fabio Golfetti tocou ‘Outono’ e ‘ House of the Risin sun’ do Animals e Mingau ‘ Grandola Vila Morena’.
No final Finho agradeceu a todos disse para a juventude ter mais atitude na vida, formar uma banda, escrever um livro.
Faltou ‘ Crianças’ na minha opinião mais como disse o Juninho Leão foi um show de Clássicos, todas as músicas na ponta da língua.
Depois do show encontramos com o Ari que também foi muito atencioso e tirou algumas fotos, assim com o Mirão cercado de mulheres...rsss, ainda falei alguma merda pra ele só não me lembro o que foi, e por fim o Finho que agradeceu nossa precensa se desculpou por não ter podido dar mais atenção, que na verdade não aconteceu, pois ele foi muito gente fina conosco.
Enfim um show pra ficar pra sempre na minha memoria, uma aula de Rock and roll.

365 

                                          Raul Ribeiro e Ari Baltazar



 
                                                   Raul Ribeiro e Mingau






                                         
                                                          Raul Ribeiro e Miro de Mello




                                                  Raul Ribeiro e Finho



Faith no More - SWU




De volta a Paulínia no dia seguinte vejo que esse dia seria mais cansativo, mas por ser o dia mais esperado por mim, não me importava com a chuva que insistia em cair e com o público que era bem maior do que o dia anterior, afinal era a noite de rever minha banda de coração o Faith No More.
A visão que tive ao entrar  não foi tão bonita como no primeiro dia, havia mais lama e o céu não prometia ajudar, comprei umas fichas de cerveja despedi de meus colegas e fui para a frente do palco , onde prometia não desgrudar até o termino do show.
E assim assisti todos os shows que antecederam o Faith no More, alguns de frente ao palco mesmo como o Stone Temple Pilots e Primus e alguns que tocaram no outro palco pelo telão como Sonic Youth, Megadeth e Alice in Chains.
Só que a cerveja que eu tinha tomado de tarde pesou e minha bexiga gritava de dor, fiz algumas amizades pela tarde, até tentaram me ajudar fazendo um circulo para que eu pudesse urinar, mas não conseguia ainda mais por estar perto das grades bem em frente aos seguranças, sei lá , talvés tivesse medo de ser colocado pra fora e sair de lá para ir ao banheiro estava fora de questão, o jeito foi me segurar até o fim.
O palco já estava montado, todo de branco foi quando sobe no palco um rapaz com uma camiseta de Pernambuco para contar a sua historia de vida, nessa hora deu vontade de subir no palco e tirar ele de lá, pô mais essa pra atrasar o show!
Depois de alguns  minutos que nos pareceu horas eis que ele  anuncia:
- porra caralho....pqp...com vocês FAITH NO MORE.......!!!!!!!!!
A banda começa com ‘woodpecker from mars’ pra delírio das quase 80 mil pessoas, a bateria está matadora , a guitarra e o baixo afinadíssimos, apenas o teclado parece falhar , mas que passa desapercebido por quase todo mundo, no meio da música entra no palco Mike Patton, todo de branco, com miçangas , chapéu, bengala e charuto e emenda ‘Delilah’, do cantor Tom Jones, depois arrazam com ‘ From out of Nowhere’ pra incendiar a platéia, animal!
Mike como sempre está com a voz impecável indo do gutural ao suave com a maior competência e agilidade, provando mais uma vez porque é chamado de o Senhor das mil vozes.
Patton perguntou se estava tudo bem, a galera respondendo positivamente ele manda, ‘...e essa chuva do mierda..’, depois veio ‘ last cup a sorrow’, ‘ Caffeine’, ‘ midnigght Crisis’, ‘ Epic’, todas cantadas em uníssono pela platéia.
Teve também as pesadas ‘ Cucko for caca’, ‘The gentle art making enemies’ em que Mike desce do palco para cantar com a galera, vi ele a poucas palmas de mim, indescritivel, as baladas ‘ easy’     e ‘ This guy’s  in love with you’ a inédita ‘ The saylor’, mais a melhor ficou pro final com ‘ I Just Man’, cantada junto com o ‘Coral de Gente’ de Heliópolis, formada por crianças carentes , fiz força para segurar as lágrimas pois um segurança insencível acompanha minha emoção frente a frente.
Faltou apenas na minha opinião ‘ Stripshersh’ e ‘ We care a lot’, mas ainda assim não tenho do que reclamar, foi sem duvidas o melhor do show do ano.
Setlist FAITH NO MORE
SWU, Paulínia, 14/11/2011
  1. Woodpecker from Mars, do CD/LP/K7 The Real Thing, / Delilah, de Tom Jones
  2. From Out of Nowhere, também do Real Thing
  3. Last Cup of Sorrow, do CD Album of the Year
  4. Caffeine, do barra-pesada Angel Dust
  5. Evidence, maravilha do King for a Day, Fool for a Lifetime
  6. Midlife Crisis – galera cantou muito o hit do CD Angel Dust e deixou Mike babando, de supresa
  7. Cuckoo for Caca, do CD King for a Day, pesadíssima
  8. Easy, regravada no CD single de Be Aggressive
  9. Surprise! You´re Dead! Clássico peso-pesado do Real Thing
  10. Ashes to Ashes, do Album of the Year
  11. The Gentle Art of Making Enemies, paulada do King for a Day
  12. King for a Day
  13. The song that starts with E. A música responsável por tudo isso: Epic, Real Thing
  14. Just a Man, participação do Coral da Gente de Heliópolis, na música do CD King for a Day
  15. The Sailor(música nova)
  16. Digging the Grave, King for a Day
  17. This Guy´s in Love with You, cover de Burt Bacharach