terça-feira, 19 de abril de 2011

Site da Caravana siga Bem

Ainda no Vale do Paraíba, Caravana Siga Bem faz evento para mais de 400 pessoas
A 5ª edição da Caravana Siga Bem realizou nos dias 15 e 16 de abril, no posto Arco Íris, em Roseira (SP), mais um evento na estrada. Há cinco meses percorrendo o país, o projeto promoveu a apresentação de uma série de entidades culturais do Vale do Paraíba, além de divulgar para os caminhoneiros as campanhas “Siga Bem Mulher” e “Siga Bem Criança” - que combatem, respectivamente, a violência contra a mulher e a exploração sexual de crianças e adolescentes.

A prefeitura do município de Roseira foi a grande responsável por encher o evento com shows e demonstrações esportivas. O “Projeto Crescer”, parte da Associação de Auxílio à Criança e ao Adolescente da cidade, levou ao posto Arco Íris mais de 30 crianças para uma apresentação de ballet.

A entidade também transformou o pátio em uma grande praça de esportes. Sobre tatames estendidos no solo, alunos de judô fizeram uma apresentação dos movimentos da arte marcial. A idade dos atletas variava: de crianças de cinco anos a jovens de dezoito. O sensei Luiz Antônio, que comandou o grupo, fez questão de expor sua felicidade por participar da Caravana. “Nosso projeto de ensinar judô está completando sete anos, e para nós é uma honra fazer parte de um evento como esse, que já rodou todo o Brasil”, disse ele. “É uma oportunidade que com certeza motivará nossos alunos”.

Além de abrir amplo espaço para os projetos sociais de Roseira no evento do posto Arco Íris, a Caravana Siga Bem investiu pesado nas apresentações musicais. Nos dois dias de festa, estiveram no palco do projeto as duplas “Jonas & Mateus” e “Flávio & Isaías”, e a banda “Chapéu Brasil”. As primeiras tocaram clássicos sertanejos. Já o “Chapéu Brasil”, muito famoso em todo o Vale do Paraíba, usou uma banda completa para empolgar o público com canções próprias e covers sertanejos. A banda “Carga Pesada” também teve destaque. Composta por funcionários do posto Arco Íris, tocou clássicos do rock nacional com grande energia.  
O espetáculo “O Cassino do Cupido” foi novamente um dos pontos altos do evento da Caravana Siga Bem. Encenada pela própria equipe do projeto, a peça passou mensagens sobre o combate à violência contra a mulher e sobre a Lei Maria da Penha. 

Caminhoneiro do Ano e conscientização
Enquanto assistiam a todas as atrações, os motoristas que visitaram o evento no posto Arco Íris puderam participar do concurso “Caminhoneiro do Ano” - teste de conhecimento que envolve questões sobre segurança no trânsito, mecânica, meio ambiente e cidadania e que, em maio deste ano, premiará o vencedor com um Stralis 0 km no valor de R$ 300 mil.

O público também pôde assistir a palestras sobre segurança no trânsito ministradas pela Polícia Rodoviária Federal (a entidade deu orientações sobre direção segura e cidadania) e desfrutar de uma série de serviços gratuitos, como cortes de cabelo, sessões de massagem e aferição de índice de massa corpórea.  A Caravana Siga Bem ainda promoveu uma ampla distribuição de adesivos que divulgam o Disque 100 (linha que recebe denúncias de casos de exploração infantil) e do Ligue 180 (linha que recebe denúncias de casos de violência doméstica e contra a mulher).

“Poucas pessoas conhecem o Disque 100 aqui nas redondezas, por isso é muito importante sediarmos um evento como a Caravana Siga Bem”, avaliou o gerente-geral do posto Arco Íris, Carlos Alberto Medina. “É uma festa que aproxima o caminhoneiro da marca Petrobras e fideliza muitos clientes ao nosso posto. Esperamos receber o projeto no ano que vem”, finalizou.

Roseira - A Cidade
A cidade paulista de Roseira está a apenas 155km da capital e tem, segundo os dados do Censo 2010, 9.606 habitantes. Sua economia é baseada na agropecuária, em especial nas produções de arroz, milho e feijão.
Há, em Roseira, alguns pequenos núcleos comerciais, a maioria no centro da cidade. O município conta, ainda, com pequenas indústrias. Outra característica de Roseira é a presença de alguns vestígios da Mata Atlântica.

Mais CARGA PESADA

















Fotos por " Brou"

segunda-feira, 18 de abril de 2011

CARGA PESADA


















Aconteceu na cidade de Roseira dia 15 de abril de 2011 no Posto Arco Íris a Caravana Siga Bem o Show de estréia da Banda Carga Pesada.
  A Banda foi formada especialmente para esse evento, Jhol que trabalha no Posto Arco Íris comentou comigo que aconteceria esse evento e se eu toparia fazer um som com ele, chamamos o Juninho Leão para nos acompanhar no baixo, que nos indicou o João para a guitarra e o Dani para a bateria.
  Marcamos o ensaio para segunda feira na casa do João para escolher o repertório de mais ou menos vinte musicas, sendo elas:

1-     Me Chama – Lobão
2-     Núcleo Base – Ira!
3-     Camila – Nenhum de Nós
4-     Boys Don’t Cry – The Cure
5-     Infinita Highway – Engenheiros do Hawaii
6-     Have ever seen in the rain  - Creedence
7-     Ciumes – Ultraje a Rigor
8-     Que pais é esse – Legião Urbana
9-     São Paulo – 365
10- Exagerado – Cazuza
11- Será – Legião Urbana
12- Roadhouse Blues – The Doors
13- O Tempo não Para – Cazuza
14- O Preço – Gessinger Trio
15- Eu quero sempre mais – Ira!
16- Meu erro – Paralamas do Sucesso
17- Dias de Luta – Ira!
18- Musica Urbana II – Capital Inicial


  Escolhida as musicas marcamos o primeiro ensaio para segunda 11 de abril e outro para o dia13, Dani não poderia comparecer, então fechamos com outro baterista, Cezinha, e passamos todas as musicas, já para o segundo ensaio Cesinha disse que não poderia tocar no dia do evento, então entra em seu lugar nas baquetas outro conhecido nosso , Denis.
  Dia do show, Juninho passou em casa para me buscar, Johl também estava comigo e fomos as 18 horas para o Posto, Levamos os instrumentos para o lado do palco, e fomos pegar umas cervejas para tomar até começarmos a tocar, enquanto esperávamos pelo João e pelo Denis que já estavam a caminho.
  Estávamos lá combinando os últimos ajustes e para um carro preto com os vidros fechados do nosso lado, sai uma garota da frente e abre a porta de trás, e sai o João com uma bandana preta de couro, Ray ban B.L, cheio de pulseiras e colares com a guitarra e uma lata de cerveja na mão, parecia um pop star de uma banda americana.
  A dupla sertaneja que estava tocando terminou seu show, subimos no palco para ligar e afinar os instrumentos, foi quando o engenheiro de som nos disse que a bateria que estava no palco era da banda que iria tocar após nosso show,  e que o baterista havia pedido que não deixassem ninguém usa-la, como não havíamos trazido a nossa dissemos que ligaríamos para o Marcelo, dono da bateria para pedir autorização a ele, para usarmos ela, só que ele não atendia nossas chamadas.
  Viramos para o organizador do evento e dissemos que já havíamos falado com o Marcelo que nos deu carta branca para usarmos sua bateria. Pronto era só esperar nos anunciar.
  Daí fizemos o show.
  Não foi uma apresentação perfeita, esqueci algumas letras e errei algumas notas, mas foi Rock ‘n roll e o pouco publíco que compareceu nos aplaudiu, e só de estar no palco de novo com uma banda já me fez 20 anos mais jovem.
VALEU !!!!







segunda-feira, 4 de abril de 2011

Entrevista com Marcelo Crelier baixista do Inimigos do Rei em 2006.




Então vamos lá, Raul...
P: Como surgiu a ideia de voltar aos palcos?
R: Na verdade, nós voltamos a tocar juntos em 2003 apenas por causa de um convite da Rádio Cidade aqui do Rio de Janeiro (que então era a Rádio Rock daqui) para participar de um projeto de Revival dos anos 80. Neste projeto (que implicava em um show por dia durante 2 meses de sexta à domingo) além dos INIMIGOS DO REI, estavam Ritchie, Ira, Uns & Outros, Plebe Rude, Picassos Falsos e mais alguns artistas que fizeram sucesso nos anos 80.
Depois deste show, ao percebermos a receptividade da platéia, bateu aquela pergunta: Por que não voltarmos? Eles estão gostando tanto...  e outras casas noturnas também começaram a fazer convites...
Nós só haviamos parado porque, individualmente, alguns de nós com família e filhos pra criar estavam cansados da correria de shows e da instabilidade financeira que este tipo de carreira representa. Depois de 7 anos sem tocarmos juntos, a energia estava renovada e nenhum de nós precisaria do dinheiro do trabalho pra sobreviver...  tudo fica mais fácil quando é assim, só pelo prazer de tocar.
Só a partir de 2004 é que começamos a pensar em fazer um projeto próprio e montar um show inédito com novas versões para músicas antigas e músicas de outros artistas que foram referência em nossa formação como banda. Daí nasceu o INIMIX, o show que temos apresentado desde então... (veja mais em http://www.inimigosdorei.com.br/)
P: Existe alguma diferença entre os Inimigos da decada de 80/90  com o atual?
No que diz respeito à proposta, não. Sempre fomos e sempre seremos irreverentes na temática e na performance. Divertir é o nosso maior compromisso...
Mas hoje estamos mais maduros, a sonoridade está mais pesada, e cada integrante está mais seguro de sua parte no conjunto do trabalho. Dos 7 Inimigos originais, restam 5...  menos cabeças, menos atrito, mais coesão...  o INIMIX tem uma pressão que o INIMIGOS não tinha antes. A idade também ifluencia nas letras, os assuntos hoje são mais existenciais e menos urbanos.
P: Existiam muitas criticas sobre as letras da banda, lembro-me daquele episodio do Renato Russo com Pais e Filhos, como vcs lidavam com as críticas?
R: Isto era o de menos. Nosso sucesso incomodou muita gente, mas só a quem não conhecia o trabalho e se limitava ao que via na TV ou ouvia no Rádio...  o INIMIGOS que subia no palco, desde seu nascimento, era outro...  Tudo bem que Barata e Adelaide venderam para o universo infantil, mas no mesmo disco que tinha Adelaide tinha "O Crime", "Jesse James", "Garotinhas do Front" e outras "porradas" que falavam abertamente de sexo, prostituição e violência urbana...
Este foi o erro da gravadora que culminou com o afastamento de alguns integrantes da banda, com o passar do tempo. Venderam um produto com uma temática contundente para crianças e só divulgaram na mídia o que era mais leve e despretencioso. Nosso objetivo sempre foi criticar o "universo pop"...  por pura ironia, fomos transformados num "produto pop" pela gravadora e pela mídia...  Dá pra acreditar?
Neste episódio que você menciona, o Renato Russo sofreu uma pergunta "marota" do jornalista e, por indução, acabou metendo a gente no meio pra falar sobre o desperdício de se ter fama e não aproveitar para passar mensagens aos jovens...  falou algo como "quem perde tempo falando de Baratas é porque não tem o que dizer"...  e foi pura ignorância dele (no melhor dos sentidos) pois quem conhecia o trabalho sabia que não se tratava disto...  Veja a verve poética de "Garotinhas do Front" que é uma linda ode às prostitutas:
"Moro num taxi bandeira dois
e tenho os olhos borrados de rímel
choro por amores que morrem
por causa do meu sexo infalível...
e adoro este meu jeito vulgar
de ser..."
Para mim, não existe poesia que descreva uma prostituta com mais lirismo e contundência do que isto! E isto era o que o INIMIGOS sempre fez...  por o dedo na mesma ferida que o Renato, só que sem o idealismo emblemático e mântrico do LEGIÃO ou do U2, mas sim com a picardia e a irreverência dos MUTANTES e dos BEATLES de John Lennon.
Críticas são apenas opiniões. Cada um pode e deve ter a sua...  eu jamais deixo de ver um filme apenas porque o "bonequinho" do jornal O Globo está dormindo na avaliação do crítico...   Sou favorável a que cada um conclua por si mesmo se algo é bom ou não...
P: Algum cd previsto?
Estamos buscando parceiros para documentar este show INIMIX antes de construirmos um novo. Lançamos 3 Cds nossos até hoje e estamos com 2 músicas no CD e no DVD da Festa Ploc 80 (da Som Livre) que foi lançado em dezembro de 2005 e tem vendido muito bem.
Esperamos gravar o novo CD e DVD do show INIMIX do INIMIGOS DO REI até o final deste ano...  Enquanto isto vamos viajando e filmando os shows para aprimorá-lo cada vez mais...
ps: to correndo atrás de um lugar pra vcs tocarem aqui no Vale do Paraiba
Vai ser um prazer Raul, estaremos aguardando...
Abração
Marcelo
Quinta-feira, 28 de Setembro de 2006

LAGRIMAS DE SANGUE

               ACONTECEU EM MIL NOVECENTOS E NOVENTA E DOIS


 Mil novecentos e noventa e dois, meio dia e quarenta e cinco minutos , correndo pra conseguir chegar ao “ Américo” ( E.E.P.S.G Américo Alves ) escola que estudava em Aparecida, tinha que chegar logo ou perderia a primeira aula; já no portão da escola parei para cumprimentar alguns amigos que ainda estavam do lado de fora, foi quando vi um garoto se aproximando de mim perguntando se eu que era o Raul.
   Ele se apresentou como Mauricio disse que tinha feito uma musica para tocar num Festival da FEG e perguntou se eu não toparia tocar com ele; perguntei quem mais tocaria na banda, e ele disse que ainda não tinha falado com mais ninguém, nisso chega o Marquinho que estudava na minha sala e tocava bateria, falei pra ele sobre o Festival e ele topou na hora.
   Só havia um problema, o festival ocorreria nessa mesma noite e nós nunca tínhamos tocado juntos, não conhecíamos a musica e nem sequer éramos bons instrumentistas; mas isso é apenas um detalhe quando se tem quinze anos de idade e o Rock ‘n roll é como espinhas querendo explodir de seu corpo pra fora.
   A aula de Matemática ou sei lá que matéria estava sendo dada naquele dia já tinha ficado pra depois, o que importava é que faríamos nosso primeiro show e seriamos  ricos e famosos naquela noite.
   Fomos pra casa do Marquinho para ensaiar a musica de quatro notas, uma pra mim dificílima “ Fá Maior” as outras eram Ré menor, Dó e Sol já íntimas dos meus dedilhados, tocamos a tarde toda, Mauricio no vocal e na guitarra, Marquinho na bateria e eu na guitarra solo, detalhe que a musica não havia solo.
   O pai do Marquinho tocava numa banda e tinha vários instrumentos em sua casa, menos a maldita bateria, então tocávamos numa bateria improvisada, tambores velhos, pratos trincados pendurados com arame ou cordas de varal  e um bumbo.
   Voltei pra casa tomei um banho e pedi uma carona pro meu pai, coloquei uma camiseta do Mettallica preta, uma calça também preta e um tênis de cano alto, passei na casa do Marquinho e junto com Mauricio fomos pro show.
   Estávamos eufóricos porém calmos até começar a descer a ponte e avistar a quadra da FEG com gente até pro lado de fora, pronto a euforia se transformou em desespero e a calma em dor de barriga; cheguei até a pedir pro meu pai dar meia volta e voltar pra casa, mas era tarde e como dizia Fredie Mercury ‘ The show must go on”.
   Não haveria volta mesmo então descemos do carro e entramos na quadra, o publico parou para ver nossa chegada, nós todos de preto, cabelo comprido, eu e Maurício com nossas guitarras dentro de Cases emprestados do pai de Marquinho que apenas levava duas baquetas na mão, enquanto as outras bandas com as  guitarras enroladas em capas de napa, era visivelmente amadores perto de nós.
   Sortearam a ordem das apresentações e nossa banda só pra aumentar o suspense seria a ultima a se apresentar.
   O estilo das bandas concorrentes variavam de influencias  de Engenheiros do Hawaii e Iron Maiden basicamente, muitas bandas péssimas e muitas outras muito boas tocaram naquela noite, a platéia gritava e aplaudia, mas ainda curiosos para ouvir aquele trio cabeludo de preto.
   Eis que chega a nossa vez; o locutor anuncia :
  - Com vocês .....Lagrimas de sangue !!!!!!!, gritos ecoaram por toda quadra e subimos no palco, o nervosismo já tinha acabado, chegou a nossa hora !
   Mauricio pega o microfone e grita com a voz gutural feito um Max Cavalera :
  - BOA NOITE GALERAAAAAAAA!!!!!!!!!!!!! A quadra foi a baixo parecia um show do Guns ‘n Roses, olho pra Marquinho que conta: - 1, 2, 3...e eu Blém entro com um Ré menor desafinado e Mauricio começa a cantar, a musica era uma mistura do que hoje chamaríamos de sertanejo universitário só que bem pior e mais punk, o púbico não entendia direito, o que aqueles três cabeludos de preto parecendo uma banda pauleira estavam tocando, mas mesmo assim não se ouviu vaias e nem repúdios.
   No final ficamos em segundo lugar, pra quem não sabia nem tocar direito parecia um coisa impossível, mas aconteceu numa noite inesquecível de mil novecentos e noventa e dois.